quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Juros futuros recuam antes do Copom

São Paulo, 29 de Outubro de 2008 - Os contratos de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) encerraram a sessão de ontem, véspera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic), apontando queda.
O mercado seguiu o otimismo das bolsas norte-americanas, que fecharam o dia em forte alta impulsionadas pela expectativa de que o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do banco central dos Estados Unidos) decida promover um novo corte na taxa básica de juros, reduzindo-a para 1% ao ano. Uma nova queda na cotação do dólar comercial também contribuiu para o recuo na taxa dos juros futuros.
"Apesar da queda no prêmio dos juros, o volume da sessão foi baixo. O mercado está mesmo aguardando a decisão do Copom", afirma o economista-chefe da corretora Gradual, Pedro Paulo Silveira.
O DI de janeiro de 2009, o mais líquido, registrou taxa anual de 13,90%, ante 14,05% do ajuste anterior. O encerramento em 13,90% mostra que o mercado divide suas apostas entre uma manutenção no juro básico e uma elevação de 0,25 ponto percentual.
O DI de janeiro de 2010 fechou com taxa anual de 15,84%, ante 16,47% do ajuste anterior. Janeiro de 2012 apontou taxa de 17,10%, frente aos 17,78% do último fechamento. O contrato de novembro passou de 13,83% para 13,80% ao ano. Dezembro ficou com juro de 13,86%, contr13,94% do ajuste anterior.
No mercado de câmbio, o dólar comercial terminou o dia com desvalorização pela segunda sessão consecutiva, após intervenção do Banco Central (BC).
A autoridade monetária atuou no mercado apenas uma vez, por meio de um leilão de swap cambial. O dólar fechou em queda de 2,22%, cotado a R$ 2,20 na venda.
"A queda no dólar reflete as ações do Banco Central e está em linha com a expectativa do mercado. Porém, acho que o BC pode ser mais contundente nas intervenções para não dar espaço para o especulador se organizar", avalia o diretor da corretora de câmbio NGO, Sidnei Nehme.
Segundo Nehme, o fato de os resultados trimestrais de alguns dos principais bancos brasileiros terem apresentado bom desempenho alivia os receios do mercado em relação a prejuízos com operações de derivativos.
"A volatilidade na moeda é natural, o que não deve ocorrer mais é o overshooting (reação exagerada para elevar a cotação)", avalia o economista.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ana Cristina Góes)

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