quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Material de construção: preço em alta

Diário do Comércio caderno: Economia

Empresários do comércio varejista de materiais de construção em Belo Horizonte demonstram preocupação com as altas no preço dos produtos, principalmente do aço e do cimento, o que poderá retrair a demanda. De acordo com o presidente da Associação do Comércio Varejista de Materiais de Construção do Estado de Minas Gerais (Acomac-MG), Ricardo Caus, a indústria já sinaliza reajustes no próximo mês.
Apesar da expectativa de aumento ser para novembro, alguns estabelecimentos ouvidos pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO já registraram, este mês, repasses das indústrias nos preços, por exemplo, do vergalhão e do cimento. A alta de juros também preocupa.
Segundo Caus, o aumento está previsto para um momento no qual a tendência deveria ser de redução nos preços. Ele lembra que os constantes aumentos registrados, principalmente no vergalhão, foram motivados pela alta na demanda pelo produto, impulsionada pelo aquecimento da indústria da construção civil. "Com a crise financeira, há uma retração no consumo, o que gera um equilíbrio no mercado", afirmou o presidente.

Apesar da sinalização de novos aumentos nos materiais de construção, o presidente da entidade ressaltou que o mercado poderá controlar os preços. Conforme ele, com a demanda retraída, os valores praticados deverão ser estabilizados.
Além da alta nos preços, a possível elevação nos juros dos financiamentos para materiais de construção preocupa. De acordo com Caus, as financeiras deverão negociar reajustes nas taxas até o final do ano, em virtude da crise internacional, que reduziu a oferta de crédito no mercado.

Com este cenário, o segmento em Minas Gerais poderá crescer abaixo do esperado em 2008. As projeções iniciais da Acomac-MG apontavam para um incremento de 15% este ano, em relação ao exercício passado. Atualmente, a expectativa de crescimento é de 10% em 2008.
O proprietário da Casa Moderna Materiais de Construção, instalada na região Oeste de Belo Horizonte, José Divino Gonçalves, informou que nesta semana o preço do cimento subiu 6%. Conforme ele, não foi possível absorver o reajuste, que foi repassado para o consumidor final.
Com isso, o volume de negócios já apresentou uma retração de 10%, conforme o empresário. Ele lembra que a maior parte das vendas é direcionada aos consumidores que compram em pequenas quantidades, denominados "formiguinhas". "Estes clientes foram os principais responsáveis por alavancar o mercado este ano", afirmou.

Na Irmãos Becker Materiais de Construção também foi verificado o repasse dos fornecedores no preço do cimento, de acordo com o gerente Wilmar Saraiva. Apesar disso, ele ainda não registrou retração no volume de negócios. O gerente informou que o preço do aço também subiu, mas não revelou quanto.
A empresa tem três lojas na Capital - duas na região Centro-Sul e uma no Barreiro. Conforme Saraiva, as vendas aumentaram entre 6% e 10% nos primeiros nove meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

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