por Financial Web em 10/11/2008
ExpoManagement 2008: colapso atual prova que globalização do mercado financeiro quebra barreiras também para más idéias
“Instituições financeiras dos Estados Unidos acharam tolos que queriam empréstimos na Europa e em várias partes do mundo”. É assim que o ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz, explica um dos meios pelos quais a bolha hipotecária americana se disseminou e se transformou na atual crise financeira global; para ele, o maior colapso econômico desde a crise de 1929. Na palestra de abertura da ExpoManagement 2008, em São Paulo, Stiglitz afirmou que os EUA exportaram as conseqüências negativas da especulação imobiliária graças a um “modelo de negócios da securitização”.
“Eles [especuladores americanos] acharam tolos na Europa devido à baixa regulamentação do mercado financeiro”, completa o economista, atualmente professor da Graduate School of Business e da Graduate School of Arts and Sciences da Columbia University. Citada por ele, a securitização é a transformação de ativos pouco ou não líquidos em títulos mobiliários líquidos que podem ser vendidos para, assim, transferir riscos. A operação pode ser feita com carteiras de dívidas, por exemplo, que podem ser negociadas com promessas de pagamento de juros e correções monetárias.
Segundo ele, o colapso atual foi mais uma prova de que a globalização do mercado financeiro quebra barreiras tanto para boas quanto para más idéias e ações, uma lição aprendida no início deste século. “Uma das coisas que aprendemos com o ataque de 11 de setembro [de 2001] é que coisas ruins também podem se mover entre fronteiras”, diz ele.
Stiglitz fez um alerta macroeconômico: “É preciso correr atrás das oportunidas, mas também é preciso gerenciar riscos”. Para evitar novas crises como a atual, que deve se arrastar por mais um ano e meio ou dois anos, ele sugere um modelo regulatório integrado. “Um mercado financeiro globalizado deve ter uma regulamentação gobalizada”.
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